11/08/2012

ae) À Noite

Unidos num espasmo de silêncio,
pé ante pé percorremos o segredo
da noite. Inertes imagens ao frio,
eis quem somos: pobres trementes de medo!
 
 
A brisa enche-nos os corpos de cio
e despe o inconsolável arvoredo…
Ósculos e folhas nadam no rio,
fazendo vibrar de anseio o lajedo.
 
 
A volúpia dilui-se no chão.
Um alternar de quimeras com prantos
despidos, promete-nos outras cenas…
 
 
Mas a dor esbarra na escuridão,
e as verdades desfazem-se em quebrantos
contra os valores das coisas obscenas.

Sem comentários: