18/09/2009

h) Sabão Azul

..

Diz ela, velhinha, entendida na arte da lavagem à mão,
O sabão, verde, não dura nada.
Vai o filho, mais entendedor de letras,
Mas o sabão é azul minha mãe!
E ela, sem perceber nada de vírgulas, pausadamente, vai,
Pois, mas o sabão, verde, gasta-se depressa!

...

12/09/2009

... Sombra

A sombra (do passado) é tanto mais extensa quanto mais próximos do horizonte nos encontrarmos. Subamos a pique no uso da inteligência e da interpretação filosófica, e sejamos o sol do meio-dia, aquele que mais ilumina!

... Alma

"E aqueles que por obras valerosas
se vão da lei da morte libertando..."
Luís de Camões
A Alma de um povo, por significação, é: a sua parte imortal (enquanto ser); mas também, a consciência; e em sentido mais religioso, o espírito. Um povo, como qualquer de nós, será imortal se realizar obra, de tal ordem relevante, que possa ser inscrita, qual lei, no código das leis do cosmos.

... Sangue

Corre nas nossas veias sangue de quantas tribos povoaram a Península. Os sucessivos processos de miscigenação proporcionaram-nos uma evolução cultural quase inigualável. Recuso a supremacia das raças, mas afirmo a riqueza da nossa interculturalidade.

... Sonho

Pelas palavras de Fernando Pessoa, quando “o homem sonha, a obra nasce”; e pelos dizeres de António Gedeão, “o sonho comanda a vida”; temos duas formas geniais de entender o Sonho!
Intrinsecamente, embora sem grandes certezas, atribui-se a capacidade de sonhar, estritamente, aos humanos. Pessoalmente, considero que essa capacidade é uma das mais sublimes maneiras de ser, pois, humano.
“Pelo sonho é que vamos”, dir-nos-á Sebastião da Gama. Foi precisamente pelo sonho que outro Sebastião, com honras de rei que era, afoito, mas mal aconselhado, foi perder-se nos areais da mal-amada África. E o sonho foi, dessa vez, pesadelo e humilhação, que a esperança e a saudade portuguesas transformaram em mito.
D. Manuel I cumpriu a última etapa do Grande Sonho Português. Não chegámos ao conhecimento do Prestes João, muito menos, soubemos a localização da fonte da eterna juventude, como, no entender de Zecharia Sitchin, seria objectivo das expedições marítimas, às quais, apesar de em todos os locais aportados existirem nativos, se convencionou chamar Descobrimentos; mas ultrapassámos as Tormentas e avistámos, finalmente, a Índia, feitos que, de tão notáveis, ninguém ousou depreciar-lhes o mérito. Onde este sonho teve começo é difícil dizê-lo. Quase certo, é que nele participaram todos os monarcas até D. Manuel I, mas mais afincadamente D. João II e os seus herdeiros (a Ínclita Geração), mormente o Infante, que investiu toda a sua vida no estudo da matemática, da astronomia, da geografia e outras mais ciências que contribuíram para o desenvolvimento da arte de navegar.

10/09/2009

... Braço

Todos somos Braços de Portugal. Prolongamentos de um vasto corpo social, como tentáculos de um Polvo que é sistema e é lei (ou deveria ser!). Uns mais musculados, muito pela força do trabalho; mais flexíveis outros, em parte pelo culto do exercício; e outros mais sensíveis, talvez pela genética ou pela cultura; mas todos, com peculiares características, constituímos os tecidos que, em movimento ininterrupto, a posteriori, organizam a acção (integral) do país.