12/09/2009

... Sonho

Pelas palavras de Fernando Pessoa, quando “o homem sonha, a obra nasce”; e pelos dizeres de António Gedeão, “o sonho comanda a vida”; temos duas formas geniais de entender o Sonho!
Intrinsecamente, embora sem grandes certezas, atribui-se a capacidade de sonhar, estritamente, aos humanos. Pessoalmente, considero que essa capacidade é uma das mais sublimes maneiras de ser, pois, humano.
“Pelo sonho é que vamos”, dir-nos-á Sebastião da Gama. Foi precisamente pelo sonho que outro Sebastião, com honras de rei que era, afoito, mas mal aconselhado, foi perder-se nos areais da mal-amada África. E o sonho foi, dessa vez, pesadelo e humilhação, que a esperança e a saudade portuguesas transformaram em mito.
D. Manuel I cumpriu a última etapa do Grande Sonho Português. Não chegámos ao conhecimento do Prestes João, muito menos, soubemos a localização da fonte da eterna juventude, como, no entender de Zecharia Sitchin, seria objectivo das expedições marítimas, às quais, apesar de em todos os locais aportados existirem nativos, se convencionou chamar Descobrimentos; mas ultrapassámos as Tormentas e avistámos, finalmente, a Índia, feitos que, de tão notáveis, ninguém ousou depreciar-lhes o mérito. Onde este sonho teve começo é difícil dizê-lo. Quase certo, é que nele participaram todos os monarcas até D. Manuel I, mas mais afincadamente D. João II e os seus herdeiros (a Ínclita Geração), mormente o Infante, que investiu toda a sua vida no estudo da matemática, da astronomia, da geografia e outras mais ciências que contribuíram para o desenvolvimento da arte de navegar.

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